Mercado global de ferramentas dá sinais de retomada

Mercado global de ferramentas dá sinais de retomada

(27/06/2021) – Existem vários “termômetros” que indicam o grau de aquecimento da economia, como o consumo de papelão ondulado, de embalagens, de energia elétrica. Já o aumento do consumo de ferramentas de corte pode ser um indicativo de que as atividades industriais estão em processo de retomada, afinal se há remoção de cavaco é porque os negócios . E é justamente o que vem ocorrendo em nível global, na maioria dos setores industriais – com raras exceções, como é o caso do segmento aeroespacial.

“O mercado global de ferramentas vem se recuperando desde a segunda metade de 2020”, afirma Claudio Camacho, vice-presidente de Vendas – América do Sul e Central da Sandvik Coromant. “As quedas que vivenciamos nos meses de abril e maio de 2020 foram enormes. A recuperação será lenta, porém de uma forma constante”, acrescenta.

O executivo avalia que, nos mercados onde a importância do segmento aeroespacial é maior, a recuperação tende a ser mais lenta, ao contrário daqueles onde a indústria automobilística tem um peso mais expressivo. “Difícil dizer se, globalmente, já iremos atingir os níveis de 2019 este ano”, observa.

Marcos Mantovani, diretor-geral da Ceratizit do Brasil, comenta que o mercado de ferramentas de corte vem atingindo demandas bastante robustas, puxado principalmente pelos três grandes consumidores globais: China, Estados Unidos e Europa.

De acordo com Mantovani, após a recuperação registrada a partir do segundo semestre de 2020, o mercado mundial vive um novo momento desde março deste ano, quando a vacinação contra a Covid-19 começou a ganhar corpo em alguns países, especialmente nos EUA. Segundo o executivo, os números da empresa já são superiores aos registrados no período pré-pandemia. “Mundialmente, os números já são muito maiores comparados a 2019”, diz.

Mantovani lembra que “a Ceratizit é um dos maiores produtores mundiais de matéria-prima para a fabricação de ferramentas de corte, sobretudo cilindros de metal duro e insertos”. E afirma: “desde março deste ano o mercado vem demandando produção 20% superior ao período pré-pandemia, sendo necessário inclusive promover o aumento da capacidade nos nossos sites de produção”.

Para Chris Rossi, CEO da Kennametal, o cenário é favorável. “Eu estou satisfeito com os resultados, que refletem uma sólida execução das nossas iniciativas, bem como uma melhora do faturamento e do fluxo de caixa operacional”, disse Chris Rossi, CEO da Kennametal, quando da divulgação dos dados do último trimestre. “As vendas cresceram 10% em relação ao trimestre anterior, superando nossas expectativas, com melhorias em todos os mercados e regiões e retomada de crescimento, se comparado com o período anterior, nos segmentos de Transportes e Engenharia Geral, e na Asia-Pacífico.”

De acordo com Rossi, na comparação ano-a-ano, em termos de faturamento, a Asia-Pacífico é a região com mais rápida recuperação, em torno de +17%. “Apesar de incertezas que ainda permanecem no curto prazo, devido às restrições da cadeia de fornecedores e efeitos de restrições por conta do Covid-19, nós estamos otimistas que o pior desta crise já passou, e este impulso de recuperação irá continuar”, afirma Rossi sobre a superação da pandemia.

Na avaliação do CEO da Kennametal, o setor que apresentou recuperação mais rápida foi o de Transportes, com 11%, com destaque para os segmentos de máquinas agrícolas, máquinas de construção, ferroviário e a indústria de caminhões. O executivo destacou ainda o mercado de engenharia geral, que registrou alta de 9%.

MERCADO BRASILEIRO – Ao comentar sobre o mercado brasileiro, Mantovani diz que “no Brasil, independentemente da vacinação, o volume de negócios tem sido bastante expressivo desde o quarto trimestre de 2020”.

Segundo o diretor da Ceratizit, alguns segmentos industriais têm alavancado o volume de negócios. E cita: “as indústrias de moldes e matrizes, de máquinas e implementos agrícolas, de caminhões, de autopeças e de geração de energia vêm orientando o caminho para o crescimento”.

Claudio Camacho afirma que, no Brasil, tem-se observado a mesma tendência global, porém como a indústria automobilística é de grande importância na economia brasileira, os níveis de 2019 já foram superados. “São boas as perspectivas de permanecermos neste patamar no fechamento do ano”, diz, acrescentando que “o efeito da falta de componentes eletrônicos e de matérias-primas ainda nos deixa preocupados com relação ao segundo semestre, porém otimistas de atingir um bom resultado”.

Outra preocupação, segundo Camacho, é o aumento da demanda global, no que se refere às compras e entregas dos mais diversos produtos que, somados a redução de fluxo dos meios de transporte em geral, trouxeram novos desafios para o segmento no que tange à logística e prazos de entrega, obrigando as empresas do segmento de ferramentas de corte a se adaptar à nova realidade.

“No caso da Sandvik Coromant, sempre primamos por garantir a nossos clientes prazos de entregas curtos e confiáveis, mantendo estoques locais adequados a demanda de nosso mercado, adaptadas às restrições atuais”, diz. “Ainda assim é um grande desafio”, completa.

FONTE: http://www.usinagem-brasil.com.br/16295-mercado-global-de-ferramentas-da-sinais-de-retomada/pa-1/

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