Com queda à vista no agro, setor de serviços deve sustentar PIB

Com queda à vista no agro, setor de serviços deve sustentar PIB

Projeções de economistas coletadas pelo Banco Central apontam que o setor de serviços, maior empregador do País, será fundamental para sustentar a economia brasileira em 2024, informa Eduardo Laguna. Para os especialistas, dois terços do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 virão de atividades como comércio, setor bancário e transporte. Sem o impulso da supersafra agrícola e dos estímulos fiscais, principais responsáveis pelas surpresas do PIB em 2023, o crescimento da economia, se os prognósticos atuais se confirmarem, cairá praticamente pela metade: de 2,9%, no ano passado, para 1,5% neste ano. A expectativa de uma menor safra de grãos e a conjuntura de preços menos atrativos das commodities, além de juros ainda elevados, devem levar à desaceleração nos investimentos do agronegócio.

Depois de puxar a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, com a ajuda do agronegócio, a um patamar que superou todas as previsões iniciais, o desempenho do setor de serviços, que é maior empregador do País, será ainda mais importante para sustentar a economia neste ano.

Sem o impulso da supersafra agrícola e dos estímulos fiscais, como os concedidos ao setor automotivo em 2023, principais responsáveis pelas surpresas do PIB no ano passado, o crescimento da economia, se os prognósticos atuais se confirmarem, cairá praticamente pela metade: de 2,9%, em 2023, para 1,5% neste ano. A tendência é de que, com a economia global perdendo tração, as exportações contribuam menos para o resultado esperado, ao passo que a expectativa para os investimentos é de uma reação bastante tímida.

As projeções do mercado indicam que 65% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 virá das diversas atividades que compõem o setor de serviços nas contas nacionais – como o comércio, os bancos e as empresas de transporte, entre outras. O porcentual leva em conta as projeções de economistas coletadas pelo Banco Central (BC) no Boletim

Focus e o peso, no resultado total, de cada um dos três setores da economia: Serviços, Agropecuária e Indústria.

CONSUMO. O consumo das famílias deve evitar uma desaceleração maior, graças à taxa de desemprego, hoje no menor nível em quase nove anos, e à recuperação da renda, favorecida pelo alívio da inflação. O crédito, de acordo com os economistas, também deve ser uma importante alavanca do nível de atividade neste ano, na esteira dos cortes da taxa básica de juros, a

Selic, paralelamente à redução tanto da inadimplência quanto do comprometimento da renda com dívidas.

Assim, o contexto é favorável às atividades mais atreladas à economia doméstica, ainda que o País esteja longe de voltar a viver uma “festa do crédito”, já que os juros, embora em queda, continuam elevados.

“Já começamos a ver uma redução nas taxas finais de empréstimo. Os juros subiram para o 20.º andar, agora estão no 19.º. Ou seja, não voltaram para o que era antes, mas o elevador está descendo”, diz o economista da Serasa Experian Luiz Rabi.

Marco Caruso, economistachefe do PicPay, diz que o consumo deve continuar sendo puxado por itens essenciais, como alimentos, dado o alívio da inflação no orçamento da baixa renda. “Tudo que é ligado ao consumo, principalmente dos produtos de preços mais baixos, continuará mostrando uma história positiva em 2024.”

Fôlego menor Ante um PIB estimado de 2,9% em 2023, crescimento da economia deverá ser de 1,5% este ano

FONTE: https://digital.estadao.com.br/o-estado-de-s-paulo/20240107/page/28/textview