Secretário americano: tratado entre Mercosul e UE não deve prejudicar acordo Brasil-EUA
Ross ainda disse que a Europa é diferente dos Estados Unidos em muitos aspectos econômicos, e que esse é um ponto que deve ser levado em consideração.
— Nós temos diferenças com a comissão europeia sobre padrões, alimentos, produtos químicos, automotivos. Por favor, tenham cuidado para não ameaçar algo que seria inconsistente com eles em um contrato livre com a gente.
Em 28 de junho deste ano, Mercosul e União Europeia assinaram um acordo, após mais de 20 anos de negociação, que prevê uma série de alterações em temas tarifários e não tarifários.
Um dos principais pontos acertados é a retirada de tarifas sobre 91% dos produtos que a União Europeia exportará para o Mercosul durante os próximos 10 anos. Por outro lado, serão retiradas tarifas de 92% dos produtos exportados do Mercosul para a UE, também no mesmo período. O acordo ainda prevê eliminação de tarifas para produtos brasileiros, como suco de laranja, frutas, café, peixes, crustáceos e óleos vegetais.
Ao mesmo tempo, Brasil e Estados Unidos estreitaram laços e já começam a fazer um mapeamento sobre as barreiras ao comércio bilateral que não são tarifárias. A ideia é que os dois países passem a fazer acordos pontuais tanto na parte comercial, quanto em áreas estratégicas, com destaque para serviços, compras governamentais e investimentos.
Para Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil, a declaração do secretário de comércio dos Estados Unidos não significa um incômodo, mas um posicionamento dele em relação ao acordo entre Mercosul e UE.
— Houve uma posição clara de aguardar uma efetiva conclusão da documentação do acordo e da aprovação antes de um início, digamos, mais formal de um acordo comercial com o Brasil.
Ainda durante o evento, a Amcham entregou ao secretário um documento com dez propostas para uma “parceria bilateral mais ambiciosa” entre Brasil e EUA. Entre os temas, há o pedido para a conclusão de um acordo de livre comércio, um processo que evite dupla tributação de lucros e dividendos, além de apoio para investimentos e medidas de cooperação regulatória.
FONTE: https://oglobo.globo.com/economia/secretario-americano-tratado-entre-mercosul-ue-nao-deve-prejudicar-acordo-brasil-eua-23843510