Indústria e serviços puxam resultado do PIB, mostra IBGE

Indústria e serviços puxam resultado do PIB, mostra IBGE

Pelos números do IBGE, a alta de 0,9% do PIB no segundo trimestre se deve, em grande parte, ao desempenho da indústria e do setor de serviços. No recorte da indústria, a alta foi de 0,9% ante os primeiros três meses do ano – a variação mais acentuada desde o segundo trimestre de 2022, quando o segmento havia crescido 1,2%.

Já os dados referentes ao setor de serviços indicaram uma alta de 0,6%. Já são 12 trimestres sem variações negativas no segmento. Esse avanço foi disseminado entre os segmentos, com destaque para atividades financeiras (2,30%), transporte e armazenagem (0,90%) e construção (0,70%).

Com uma safra concentrada no primeiro trimestre, a agropecuária recuou 0,9%, mas essa queda veio mais branda do que as projeções apontavam. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, a alta continuou forte – de 17%.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,9% no segundo trimestre ante o primeiro, o que representou o maior avanço desde o segundo trimestre de 2022 (1,6%), enquanto o consumo do governo marcou alta de 0,7% na mesma base de comparação.

Ao longo dos últimos meses, os dados divulgados de comércio, serviços, indústria e mercado de trabalho foram deixando claro os sinais de resiliência da economia. Com isso, parte das projeções que apontavam para uma queda do PIB no segundo trimestre, na comparação com os primeiros três meses do ano, passou a ser revisada para uma expansão.

Essa resiliência pode ser explicada tanto por fatores internos quanto externos. Internamente, o aumento da transferência de renda pelo governo por meio do Bolsa Família, o reajuste acima da inflação do salário mínimo e a antecipação do 13.º salário para os aposentados ajudaram a compensar o aperto monetário em vigor no País – atualmente, a taxa básica de juros está em 13,25% ao ano. Na cena internacional, a atividade global mostrou sinais de força, sobretudo nos Estados Unidos, contribuindo para as exportações do País.

“A composição do PIB foi até melhor (do que no primeiro trimestre)”, afirmou Silvia Matos, pesquisadora do Ibre/FGV).

FONTE: https://digital.estadao.com.br/article/281921662619181