CNI estima impacto de R$ 1,7 bi em exportações com tarifaço do México

CNI estima impacto de R$ 1,7 bi em exportações com tarifaço do México

Em estimativa inicial, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) calculou que as novas medidas tarifárias do México poderão impactar até US$ 1,7 bilhão (ou 14,7% do total) das exportações do Brasil para o mercado mexicano, considerando os números registrados em 2024. A CNI aguarda a confirmação de possíveis alterações no escopo da medida para estimar um impacto mais preciso sobre as exportações brasileiras.

O Congresso mexicano aprovou na quarta-feira um aumento de pelo menos 35% nas tarifas de importação de 1,4 mil produtos de 12 países com os quais não possui acordos comerciais, entre eles o Brasil e a China – este último, o principal país afetado. A expectativa é de que as novas tarifas entrem em vigor a partir de 1.º de janeiro de 2026.

A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado do país no mesmo dia. O partido da presidente Claudia Sheinbaum, que afirmou que as tarifas eram necessárias para impulsionar a produção nacional, controla ambas as Casas.

Sheinbaum apresentou a proposta em setembro passado, em meio à crescente pressão comercial dos EUA e acusações de que o México é a porta de entrada par podutos chineses para o mercado americano. O México, com o Canadá, se prepara para negociar a renovação do Tratato Norte-Americano de Livre Comércio (USMCA) com os EUA, enfrentando novas exigências da Casa Branca.

NOVO ACORDO. A CNI defende que o governo brasileiro avance na negociação de um acordo de livre comércio mais abrangente com o México, mercado visto como prioritário na agenda internacional da indústria nacional. “A medida é considerada fundamental para proteger e ampliar a relação comercial bilateral, sobretudo neste momento”, sustenta a CNI.

Um dos principais pontos destacados na análise preliminar da CNI é de que os acordos bilaterais vigentes são insuficientes e que, principalmente neste momento, pode haver redução da competitividade brasileira.

Para a CNI, é importante que os governos do Brasil e do México intensifiquem o diálogo bilateral, de modo a isentar ou diferenciar os produtos brasileiros das tarifas de importação anunciadas pelo México, que a entidade afirma irem na contramão das negociações em curso.

Justificativa A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que a medida é para estimular a indústria local

“Isso permitirá a manutenção do compromisso conjunto de modernizar a relação econômica, à medida que se cumpre com celeridade o cronograma do plano de trabalho para atualização dos acordos comerciais”, completa a CNI.

Em nota divulgada ontem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, disse que aguarda a publicação do texto da lei para estimar o impacto sobre as exportações brasileiras. Afirmou ainda que o País seguirá “engajado em diálogo construtivo com o México”.

FONTE: O Estado de São Paulo