O desemprego na mínima histórica

O desemprego na mínima histórica

Resultado é instigante especialmente quando o esperado é que juros de 15% ao ano tenderiam a provocar retração da atividade e demissão de pessoal por parte das empresas.

Pelo segundo mês consecutivo, o índice de desemprego medido em trimestres móveis ficou em 5,6% da força de trabalho, o mais baixo da história dos levantamentos feitos pelo IBGE.

Não dá ainda para afirmar que o Brasil enverede rapidamente para a situação de pleno emprego. Mas aumentam as queixas de que falta mão de obra em alguns setores da economia, como na construção civil, na agricultura e em serviços acoplados ao agronegócio.

De todo modo, o recorde negativo do desemprego é um resultado instigante, especialmente quando o esperado é que juros básicos nas alturas de 15% ao ano tenderiam a provocar efeito contrário ou seja, retração da atividade e demissão de pessoal por parte das empresas.

Coisas novas estão acontecendo para produzir esse efeito. Aqui vão algumas hipótese.

A mais mencionada é o resultado da grande transformação no mercado de trabalho produzido pela internet e pelos aplicativos. São ferramentas que vão empurrando muita gente para o trabalho autônomo e para o empreendedorismo, e não mais para a procura de emprego, com carteira de trabalho assinada, cartão de ponto e tudo o mais. Mas este é fator que opera nas duas direções: tanto na da abertura de oportunidades quanto na do fechamento de postos de trabalho. O e-commerce (compras pela internet), por exemplo, vai despejando na rua centenas de milhares de vendedores e de caixas de lojas. Os bancos, por sua vez, fazem de tudo para empurrar para o cliente, por meio dos aplicativos, o trabalho antes feito pelos bancários.

Hipótese mais mencionada é o resultado da grande transformação no mercado de trabalho produzido pela internet e pelos aplicativos Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Um segundo segmento que dispensa a procura de emprego é o do trabalho informal. É o daqueles que vivem de bicos ou da prestação de pequenos serviços. Pelos levantamentos do IBGE, corresponde a 38,1% do mercado de trabalho no Brasil, ou um pouco menos de 40 milhões de pessoas. Em alguma proporção, coincide com as ocupações via aplicativos. Pelas avaliações do IBGE, o trabalho informal tende a se retrair lentamente.

Fonte: O Estado de São Paulo