Produção industrial avança 1,2% em março, mostra IBGE

Foi a maior variação desde junho de 2024; número foi puxado por setor de derivados de petróleo e pela indústria extrativista
Após cinco meses de baixo dinamismo, a indústria brasileira mostrou mais fôlego em março. A produção cresceu 1,2% em relação a fevereiro, maior expansão desde junho de 2024, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O bom desempenho superou as expectativas mais otimistas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,2% a uma alta de 0,7%, com mediana de 0,3%.
“A produção industrial veio mais forte do que o esperado em março, impulsionada tanto pelo setor extrativo quanto pelo setor de transformação, que voltou a acelerar no final do primeiro trimestre. Esperamos que a economia desacelere daqui para frente, com maior intensidade no segundo semestre”, disseram as economistas Natalia Cotarelli e Mariana Garrido em relatório do Itaú Unibanco.
Dados do IBGE mostram que, em março, a produção cresceu em 16 dos 25 setores pesquisados
O dado de março da produção industrial confirma a expectativa de um primeiro trimestre mais forte da atividade econômica do que o inicialmente previsto, avaliou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay. “Ainda assim, continuamos observando um cenário de desaceleração gradual da economia, com a indústria de transformação enfrentando desafios estruturais.”
A produção industrial subiu 0,1% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2024. “Lembrando que a produção industrial vinha de estabilidade (0,0%) no quatro trimestre de 2024. Então são dois trimestres consecutivos com o setor industrial praticamente estável nesse período”, ressaltou André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.
Em março, 16 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram alta na produção, com destaque para derivados do petróleo e biocombustíveis (3,4%), indústrias extrativas (2,8%), produtos farmacêuticos (13,7%) e veículos (4,0%). “A indústria teve crescimento significativo e disseminado ante fevereiro, num movimento de recuperação de perdas do passado recente”, avaliou Macedo.
Matéria – O Estado de São Paulo – 08/05/2025
Fonte: https://digital.estadao.com.br/o-estado-de-s-paulo/20250508/page/38/textview