Trump comete erro econômico básico

Trump comete erro econômico básico

O presidente Donald Trump continua contrariando as regras mais fundamentais da teoria econômica. O aumento de barreiras comerciais sobre o aço e o alumínio, que entrou em vigor nesta quarta-feira, 12, e atinge diretamente o Brasil, significa o encarecimento de insumos que hoje são cruciais para a indústria de produtos “finais” dos Estados Unidos.

Na prática, com as tarifas, Trump estimula a produção de aço e alumínio nos EUA, dois bens intermediários e que estão no meio da cadeia, enquanto desestimula a produção de produtos com maior valor agregado, como automóveis.

Trump, assim, vai na direção contrária do que tornou os americanos a maior potência econômica do mundo. O déficit comercial dos EUA, em parte, reflete exatamente isso. Os americanos são grandes importadores de bens intermediários porque faz mais sentido para uma economia desenvolvida se dedicar a itens finais, com alta tecnologia.

Por serem o maior consumidor do planeta, os americanos conseguem, assim, ter acesso a produtos “de ponta” fabricados internamente e que ajudam não só no bem-estar, mas também na produtividade econômica.

Outra visão ultrapassada de Trump é a aposta na indústria, que vem perdendo cada vez mais espaço para o setor de ser

Presidente dos EUA passa a estimular produção de bens intermediários em detrimento de finais

viços, principalmente os de tecnologia. Basta olhar para as empresas com maior valor de mercado dos EUA, e que ganharam o apelido de “Big Five”, ou cinco maiores: Amazon, Apple, Google (Alphabet), Meta (Facebook) e Microsoft.

Se o grupo for expandido com a Nvidia e a Tesla – que, apesar de produzir carros, é considerada uma empresa de tecnologia –, o apelido passa a ser “Seven Magnificents” (sete magníficas).

Segundo levantamento da Elos Ayta, as empresas americanas perderam US$ 4,33 trilhões em valor de mercado desde a posse de Trump – o que comprova a destruição de riqueza provocada pelo novo presidente.

“Entre 20 de janeiro e 10 de março de 2025, o valor de mercado das empresas americanas encolheu US$ 4,33 trilhões. O movimento foi ainda mais acentuado entre as Seven Magnificents que, sozinhas, perderam US$ 2,54 trilhões desde janeiro”, disse a Elos, no relatório.

Aqui no Brasil, apesar de o País ter sido atingido pelo aumento de barreiras, a reação do governo Lula foi na direção certa, de evitar retaliações automáticas, que só iriam estimular a disputa comercial.

Trump vem cometendo erros básicos na economia em seus primeiros dias de governo.

FONTE: https://digital.estadao.com.br/o-estado-de-s-paulo/20250313/page/1/textview

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