Brasil fecha semestre com recorde de exportação industrial aos EUA

Brasil fecha semestre com recorde de exportação industrial aos EUA

A indústria aumentou a participação nas exportações do Brasil aos EUA no primeiro semestre de 2025, de 76,6% para 79,8%, indica o Monitor do Comércio Brasil-EUA, divulgado ontem pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil, a Amcham Brasil. Isso representa um recorde de US$ 16 bilhões, aumento de 8,8% na comparação com igual período de 2024. Adicionalmente, as vendas da indústria de transformação e da agropecuária avançaram, respectivamente, 3,2% e 1,3%.

A participação da indústria extrativa reduziu de 17,7% para 13,1%, influenciada pela queda de 24,5% nas exportações de petróleo bruto, principal item exportado aos EUA, uma queda de US$ 771 milhões em vendas.

Segundo a Amcham, as exportações do Brasil para os EUA totalizaram US$ 20 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024.

Dos dez principais produtos brasileiros exportados para os EUA, oito são da indústria de transformação, diz o relatório. Apesar do aumento das exportações, a Amcham ressalta que o setor industrial segue deficitário para o Brasil no comércio entre os dois países, em US$ 3,7 bilhões, alta de 55,6% ante o primeiro semestre de 2024.

O relatório destaca o desempenho das vendas em 2025 dos semiacabados de ferro e aço (+15,9%), do café não torrado (+38,8%) e das aeronaves (+12,1%). Além disso, a carne bovina entrou na lista dos dez principais produtos exportados, com impacto de US$ 791,2 milhões e crescimento de 142%.

Já os produtos de aço, sujeitos a tarifas de 50% desde junho, cresceram em 15,9% nas exportações no primeiro semestre. “A alta pode ser explicada pela falta de capacidade interna dos EUA para atender à demanda doméstica”, diz a Amcham. Outra possível explicação é de que parte das exportações entra pelo Texas e, depois, segue para o México, sendo, portanto, trânsito aduaneiro.

IMPORTAÇÕES. As importações brasileiras provenientes dos EUA cresceram 11,5% no primeiro semestre deste ano na comparação com 2024.

O setor que mais se destaca é a indústria de transformação, cuja participação subiu de 87,7% para 90,6% entre o primeiro semestre de 2024 e o primeiro de 2025. Houve, no entanto, queda na indústria extrativa (11,9% para 9%). A agropecuária manteve o 0,3% de participação observado no primeiro semestre de 2024.

Entre os produtos cuja importação vinda dos EUA mais aumentou, a Amcham destaca óleos combustíveis (37,1%), petróleo bruto (35,7%), aeronaves (35,7%) e motores e máquinas não elétricas (26,2%).

CENÁRIO. Em meio ao temor com o anúncio de tarifas de 50% a produtos brasileiros para entrarem nos EUA e possíveis retaliações do governo federal, a Amcham defende, no relatório, o “esforço diplomático” para uma solução negociada no curto prazo. Segundo a entidade, se aplicada integralmente, a tarifa tem potencial de inviabilizar parte significativa das exportações brasileiras aos americanos.

A corrente de comércio bilateral entre Brasil e EUA cresceu 7,7% no primeiro semestre deste ano na comparação com 2024, atingindo US$ 41,7 bilhões. É o segundo maior valor da série histórica, atrás do primeiro semestre de 2022, diz a

Dos dez principais produtos brasileiros exportados aos EUA, oito são da indústria de transformação

Amcham. No primeiro semestre deste ano, as exportações aos EUA, de US$ 20 bilhões, superaram o observado com outros parceiros comerciais do Brasil no período, como a China (queda de 7,5%) e União e Europeia (alta de 2,6%).

Os EUA registraram superávit na balança comercial com o Brasil de US$ 1,7 bilhão. O saldo dos EUA é superavitário desde 2009.

FONTE: https://digital.estadao.com.br/o-estado-de-s-paulo/20250712/page/28/textview

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