Plano de sobretaxar aço valerá para todos, diz governo americano
Donald Trump não pretende isentar parceiros comerciais dos EUA do aumento de tarifa para importação, dizem auxiliares do presidente americano
O conselheiro de comércio do governo americano, Peter Navarro, disse no domingo, 4, que o plano do presidente Donald Trump para sobretaxar as importações de aço e alumínio valerá para todos os países. ‘Neste momento, não há exclusões de países’, afirmou à rede de televisão CNN.
Aliados dos EUA, como o Canadá, protestaram contra o movimento de Trump, argumentando que não deveriam ser incluídos nas novas regras tarifárias. O Pentágono havia recomendado tarifas “direcionadas”, de modo a não prejudicar parceiros comerciais. Mas Navarro disse que Trump decidiu adotar tarifas de importação abrangentes, com o objetivo de ajudar fabricantes americanos.
Em reação a Trump, a União Europeia indicou que pode sobretaxar importações de US$ 3,5 bilhões em produtos dos EUA. Na mira, estão empresas americanas como Harley-Davidson e Levi’s.
Como resposta, Trump ameaçou criar também tarifas para veículos. “Se a UE quer aumentar ainda mais suas já enormes tarifas e barreiras às empresas americanas que fazem negócios lá, vamos simplesmente aplicar tarifas sobre seus carros, que entram livremente nos EUA”, disse Trump no Twitter.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, reagiu. Em conversa telefônica com o presidente americano ontem disse estar “profundamente preocupada” com o anúncio de taxação. Para ela, uma ação multilateral seria “a única maneira de resolver o problema da sobrecapacidade global de todas as partes interessadas”, segundo comunicado à imprensa feito pelo governo do Reino Unido.
Vários outros países também já se posicionaram contra a medida anunciada pelo republicano, que passou a sofrer críticas de grupos empresariais americanos e correligionários. Lindsey Graham, influente senador republicano da Carolina do Sul, disse que Trump está cometendo um “grande erro” ao impor tarifas sobre aço e alumínio. Graham relatou que Trump está tornando a China “inatingível”. “A China está ganhando e nós estamos perdendo com este regime tarifário.”
Fonte: CELIA FROUFE e ASSOCIATED PRESS, O Estado de S.Paulo – 5 Março 2018.