Com greve dos caminhoneiros, inflação tem maior alta em 23 anos

Com greve dos caminhoneiros, inflação tem maior alta em 23 anos

Preços dos alimentos levam índice a subir 1,26% em junho; em 12 meses, IPCA acumula aumento de 4,39%, já perto do centro da meta, informou o IBGE

Puxada pelos preços dos alimentos, que subiram em meio à greve dos caminhoneiros, a inflação oficial medida pelo IPCA somou alta de 1,26% em junho, a maior taxa para o mês desde 1995 (2,26%) e 0,86 ponto percentual acima do 0,40% registrado em maio. Também é a primeira vez desde janeiro de 2016 (1,27%) que o índice fica acima de 1%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (6).

O salto, que é maior do que o esperado pelos analistas (1,15%), levou o índice de preços a acumular alta de 4,39% em 12 meses, bem perto do centro da meta perseguida pelo governo, que é de 4,5%. Em maio, o indicador somava avanço bem menor, de 2,86% no mesmo intervalo. Em junho de 2017, a taxa era negativa, de 0,23%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas vestuário (-0,16%) apresentou deflação em junho, enquanto os demais variaram entre 0% (comunicação) e 2,48% (habitação). Os grupos alimentação e bebidas (2,03%), habitação (2,48%) e transportes (1,58%), que concentram, aproximadamente, 60% das despesas das famílias, foram os que mais influenciaram o IPCA de junho, com 1,18 ponto de impacto, ou cerca de 93% do índice.

Alimento: vilão do bolso
Com índice de 2,03%, o grupo alimentação e bebidas foi o que mais influenciou o resultado, sendo responsável por 0,50 ponto percentual da composição da taxa no mês. As principais altas ficaram com o leite longa vida (de 2,65% em maio para 15,63% em junho) e o frango inteiro (de -0,99% em maio para 8,02% em junho).

Os protestos dos caminhoneiros bloquearam rodovias, praticamente paralisando setores importantes e prejudicando o abastecimento de alimentos, combustíveis e outros produtos. Com a escassez nos supermercados e feiras, os produtos ficaram mais caros.

 

Já o grupo habitação, que registrou alta de 2,48%, foi influenciado principalmente pelo encarecimento da energia elétrica, que apresentou variação de 7,93%, contra 3,53% registrada em maio. O aumento foi determinado pela vigência de nova bandeira tarifária que adicionou, em todo o país, cobrança de R$0,05 a cada quilowatt consumido e por reajustes de preços em Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Diesel cai, mas gasolina e etanol têm alta
Já no grupo transportes, as quedas de 5,66% no óleo diesel e de 2,05% nas passagens aéreas não conseguiram conter a inflação, que ficou em 1,58%, pressionada em grande parte pelos aumentos de 5% na gasolina e 4,22% no etanol.

Os preços foram coletados no período de 30 de maio a 27 de junho. A greve dos caminhoneiros durou 11 dias e começou no dua 21 de maio.

FONTE: http://www.destakjornal.com.br/seu-valor/seu-bolso/detalhe/com-greve-dos-caminhoneiros-inflacao-tem-maior-alta-em-23-anos

 

 

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